Seguramente porque é neste mês que a terra se adorna com folhagem nova cheia de frescor *; o inverno e o frio passaram; também os incômodos do vento forte e das chuvas do começo da primavera. As árvores, plantas, jardins inteiros se enchem de flores, os dias são mais longos, o sol desperta antes e se põe mais tarde. Essa explosão de alegria que se exterioriza na natureza se faz companheira espontânea de nossa devoção Àquela que é chamada Rosa Mística e Casa de Ouro.

Mesmo com algumas inclemências do tempo nas quais o mês de maio traz ainda, segue sendoo mês das promessas e da esperança: anuncia-nos, como um bom prenúncio, a luz e o sol. O bom tempo chegará. "A não nos enganará; se tardar, aguarda-a, porque com segurança virá e não faltará".

Maio é o tempo, senão da realização, ao menos das promessas: não é este o aspecto sob o qual podemos, com razão, considerar a bem-aventurada Virgem Maria, a quem dedicamos?

Também disse o profeta: " um ramo sairá do tronco de Jessé, um rebento brotará de suas raízes" ( IS 11,1). Quem é a flor, senão Nosso Senhor? Qual é o caule, a formosa planta, onde se abre a flor, senão Maria, Mãe de Nosso Senhor; Maria, Mãe de Deus?

Havia  a promessa de que Deus viria à terra. Quando chegou a plenitude dos tempos, de que maneira se anunciou sua vinda? Por meio da saudação: " Alegra-te cheia de graça, o Senhor está contigo, bendita és tu entre todas as mulheres". Era, pois, Maria a promessa segura de que o Senhor viria.

Por tudo isso, o mês de maio tem de ser, com um título especial, o mês de Maria.

 

Cardeal Newman

 

*O autor se refere à realidade climática da Europa.